quinta-feira, 14 de março de 2013

Neoateísmo: o ateísmo virando religião

Ilustração do mito da caverna (Imagem retirada do site http://paradigmadivino.wordpress.com)

Platão, declaradamente espiritualista, tentou expressar suas ideias de liberdade através da tão conhecida Alegoria da Caverna. Ele acreditava que as pessoas estavam algemadas ao materialismo a ponto de compreenderem apenas aquilo que se vê. Esse tipo de comportamento humano é compreensível, visto que a visão é o único sentido que podemos compartilhar de maneira quase completa. Quase completa porque não sabemos qual o grau de semelhança entre as interpretações cerebrais de cada ser humano.

Essa libertação é bem ilustrada no filme Matrix, assim como o momento em que escolhemos entre entender o mundo como ele é ou continuar nas amarras de nossas crenças quadradas que não estimulam nenhum conhecimento. A diferença entre a interpretação mostrada no filme e a realidade é que não há uma crença comum programada e sim uma interpretação individual para cada ser e/ou grupos de crenças diferenciados.

(Imagem retirada do site http://3.bp.blogspot.com)

Baseados em ideais de liberdade e impregnados por crenças religiosas, filósofos e cientistas procuraram entender o funcionamento dos fenômenos na terra e no universo, incluindo conceitos de divindades em seus modelos. Com o passar dos séculos, as ideias ateístas (já existentes desde os primórdios da humanidade) começaram a crescer e se fortalecer, pois a ciência desvendava um funcionamento previsível e mecânico do universo e, consequentemente, da vida e do comportamento do ser humano. A ciência passa a não precisar mais de Deus em seus modelos e logo, pessoas com afinidade às ideias ateístas de liberdade para fazer o que se quer começam a estudar filosofia, física, química e biologia e buscam então mostrar que não só a ciência, mas o universo não precisa de Deus.

Como tudo no universo, o conhecimento do homem também precisa de um estímulo. Só podemos encontrar nossas teorias procurando por algo. O desenvolvimento intelectual do homem é sempre impulsionado pela dúvida. No caso da ciência moderna, a busca gira em torno de desvendar os mistérios do universo e o segredo da vida. Acontece que, quando chegamos a questões grandes como essa, tudo falha; filosofia, religião, ciência. Nada é suficiente para dizer de onde viemos e para onde vamos. Porém, a ciência tem muitas respostas e é, claramente, a que chega mais perto de responder a todas as nossas indagações. O resultado de tanta precisão e perfeição nos modelos é o egocentrismo da opinião pública baseada erroneamente nas ideias de Platão e outros famosos lutadores da liberdade, como Voltaire e os iluministas.

(Imagem retirada do site http://3.bp.blogspot.com)

Enquanto os cientistas pregam suas opiniões com bom embasamento e inúmeros argumentos a seu favor, seguidores desconhecedores das teorias mais importantes repetem frases das quais não tem noção do real significado. O neoateismo vem pra deturpar qualquer ideal e sujar qualquer debate.

A humanidade estava presa a crenças fracas e subdesenvolvidas há mais de 2000 anos e hoje, com todo o conhecimento que adquirimos, estamos voltando a ser tão estúpidos como no começo dos tempos. Uma das coisas mais importantes que diz Zygmunt Bauman é de que a sociedade não se obriga mais a pensar ou entender o que é a vida. É exatamente esse pensamento minúsculo que estraga qualquer corrente ou desenvolvimento do ser humano. Os neoateus, geração de Richard Dawkins, baseiam-se no orgulho de um biólogo que parou de estudar questões importantes e se dedicou a aprender métodos de convencimento e persuasão pregando ser óbvio que Deus é um delírio.

O que é ridículo no neoateismo? Crer que questões como a do surgimento do universo e da vida são simples de entender e ignorar (ou desconhecer) o fato de que os genes falharam ao responder as perguntas sobre o comportamento humano.

(Imagem retirada do site: http://creationsciencenews.wordpress.com)

Qualquer cientista com alta relevância – como Stephen Hawking, Brian Greene, Michio Kaku, Neil DeGrasse, Bruce Lipton, Andrew Newberg, David Albert e outros – tomam cuidado ao expressar suas opiniões, pois sabem que a ciência não tem desenvolvimento suficiente para encerrar questões de tamanha importância e complexidade.
Mesmo com todo seu ateísmo, Hawking dá declarações que deixam clara a falta de certeza a cerca do assunto, o que o classifica como um agnóstico que crê na não existência de Deus, porém, de forma humilde:


"O universo é governado pelas leis da ciência. As leis podem ter sido criadas por um Criador, mas um Criador não intervém para quebrar essas leis."

"Há uma diferença fundamental entre a religião, que se baseia na autoridade; e a ciência, que se baseia na observação e na razão. A ciência vai ganhar porque ela funciona."

À esquerda: Neil DeGrasse; á direita: Michio Kaku (Imagem retirada do site http://anthrobotic.com)

Já Neil DeGrasse prefere se classificar como agnóstico. Pois ateísmo é opinião e não certeza. Um cientista para ser bom e bem sucedido deve ser agnóstico, ou seja, possibilista. Pode ter suas crenças e ideias, mas não pode deixar que elas influenciem os resultados de seus trabalhos. O que a ciência provou está provado; o que a ciência permite é sim uma possibilidade; e somente o que já foi refutado pode ser criticado.
Os ativistas neoateus são nada mais que pessoas conhecedoras da ciência de nível escolar e papagaios de ideias preconcebidas por algum estudioso de verdade. Qualquer pessoa que perceba tanta obviedade nas respostas a questões tão complexas deveria divulgar suas teorias, afinal, elas seriam imediatamente acatadas, visto que assunto é considerado tão simples por eles. Portanto, se alguém te disser que você é burro porque tem uma religião, ou acredita em Deus, ou na espiritualidade, sinta-se à vontade para ignorar, essa pessoa não sabe o que diz e muito menos deve ter sua opinião valorizada. Se alguém te chamar de estúpido por ser ateu, você deve agir da mesma forma. Toda unanimidade é burra, mas, se há uma verdade absoluta sobre a vida e o universo, ela está muito longe de ser encontrada e ser religioso ou ateu é perfeitamente compreensível dentro das leis da ciência.

6 comentários:

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  2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    O fim esta próximo religiosos

    Ateísmo um relacionamento com a REALIDADE.

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  3. O BRASIL E ESTUPIDO, O E NEO-POSITIVISMO,
    A FILSOFIA ESTUDA O REAL. A ciencia simplica as coisas,
    Deus nao e objeto no mundo dos fenomenos, e pra questoes problematicas esta filsofia e merda nenhuma!!
    VAI ESTUDAR MOLEKADA

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  4. Esta ciencia e merda nenhuma.
    Eu nao quis dizer Filosofia e sim: Ciencia.

    A ciencia e demais ciencais se originaram da filsofia e aos poucos adquiriram autonomia, nas maos de preconceituosos, contra os filsofos e e teologos.

    O mundo sensivvel (real) cheio de graves quetaoes esta longe de ser acjudado por uma ciencia, q reduz o mundo a mecanicismo.

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    1. Ótima visão!

      A ciência é, hoje, o que tem credibilidade. Claro que tudo surgiu da filosofia, como o big bang surgiu de um padre e isso não significa que o padre é a hegemonia do conhecimento. É tudo questão de nomenclatura e o que importa não é coisificar e sim dar sentido às coisas. Seja com nome de filosofia ou ciência, afinal, hoje a ciência já é mais filosófica que na era newtoniana. Por fim, creio que a humanidade esteja convergindo para uma verdade comum, tenha ela o nome que tiver.

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