Estamos bem
acostumados a falar sobre as leis da natureza. Desvendamos inúmeros mistérios
sobre o surgimento da vida e sobre a evolução do universo, mas eu diria que
estamos ainda nos primeiros degraus da escada do conhecimento humano. Me pego,
constantemente, pensando no mundo e ensaiando como seria a vida humana em 50,
200 ou milhares de anos. Até onde iria o nosso conhecimento? Temos limite para
isso? Qual seria o nosso conceito de natureza?
Acho essas questões
um tanto quanto intrigantes, pois já existem grandes cientistas e pensadores
que atribuem significados diferentes para a palavra natureza. Na verdade, o conceito de natureza muda o tempo todo.
Desde os pré-socráticos até hoje, o significado de natureza incorporou
incontáveis novos tópicos, portanto, não creio que este seja o momento de
conhecer a natureza ainda, mas defini-la, até porque a abrangência do termo natureza está diretamente relacionada
com a quantidade e qualidade do nosso conhecimento.
Do site: http://ultralafa.files.wordpress.com |
A definição de
natureza não será uma decisão rápida, claro. Como tudo na ciência, o acordo
sobre este tópico levará anos de novas descobertas, mas eu arriscaria dizer que
natureza é tudo aquilo que é espontâneo, ou seja, sem a intervenção da
inteligência humana. Essa definição é
útil para o que pretendo falar e está de acordo com alguns dicionários,
portanto, usarei dessa maneira por enquanto.
Vamos então à
pergunta de interesse do dia: Existe uma lei de moral na natureza, ou é tudo exclusivamente criação do homem?
Para muitos, a
resposta é intuitiva: é óbvio que é
criação do homem, é um acordo social!
Mas não me refiro
simplesmente às leis e códigos de ética que escrevemos, sugiro algo além; muito
além do senso comum. Cientificamente, algo pode ser dito sobre o assunto?
Já abordei esse
tópico inúmeras vezes em fóruns e debates e, não poucas vezes, fui
ridicularizado. Mas, para ser bem sincero, isso pouco me incomoda. De tudo, o
que me deixa triste – e não é por mim –, é o fato de as pessoas responderem as
coisas instintivamente e não pararem para pensar nos grandes significados que
os menores pensamentos podem nos trazer. Vejo, então, um mundo cada dia mais
óbvio e monótono da fé em qualquer coisa.
Falar em lei moral da natureza é um tanto
complexo, então vou direcionar um pouco o assunto com outra pergunta.
A natureza impõe a
moral ao homem?
Do site: http://isacheriii.blogspot.com |
Nada pode ser dito
com muita certeza, mas é de filosofia que vive a humanidade e a real ciência.
Para pensarmos
sobre o assunto precisamos entender o que os atos morais e imorais podem
acarretar para nós e para o mundo (ou universo). Sem definir o que são atos morais,
para evitar maiores complexidades, pretendo analisar alguns pontos e deixar a
conclusão a critério da evolução humana.
Nossos atos –
pensamentos, ações físicas e todas as coisas produzidas por nós – geram reações.
A terceira lei de Newton já dizia isso, porém, não tão amplamente. Pode parecer
tudo uma questão de viagem e filosofia ilógic, mas, na verdade, todos os nossos
atos – partindo do princípio materialista – são causas de efeitos materiais.
Ora, sendo esses efeitos pequenos ou grandes são também causas de outras coisas
que acontecem na natureza, como, por exemplo, o simples ato de respirar que
transforma gás oxigênio em gás carbônico que, por sua vez, é reagente da
respiração das plantas, que transformam gás carbônico em gás oxigênio...
Seguindo essa linha
e dando um pulinho na física e na neurologia veremos que nossos pensamentos são
dissipadores e produtores de energia e toda energia dissipada (ou inserida em
um sistema) produz seus efeitos. É assim que a dissipação da energia elétrica
num resistor gera calor que pode ser usado como entrada em outro sistema (chuveiro
elétrico).
Do site: http://www2.elektro.com.br |
Agora, puxemos
dados psicológicos extraídos de estudos com assassinos e soldados de guerra e
veremos que o quadro é bem pesado. Os estudos mostraram que a cada dia, essas
pessoas sofrem efeitos psicológicos gravíssimos decorrentes de suas ações no
passado. Mas, sendo as ações materiais, o que teria produzido tais efeitos?
Simplesmente o pensamento? Como esse efeito pode se alastrar se uma ação é localizada
no tempo e no espaço?
Bruce Lipton e
outros geneticistas descobriram em laboratório que a principal função do nosso
DNA é a troca (absorção, emissão e reflexão) de ondas eletromagnéticas com o
ambiente à sua volta. Seria isso então uma prisão onde nossos maus atos podem
produzir efeitos ruins ao nosso próprio corpo e à nossa personalidade? Isso sem
contar os excessos (alimentação e ingestão de substâncias tóxicas) que
claramente matam nosso corpo aos poucos. Então qual será a conclusão em alguns
anos? A moral pode ser um produto das leis da natureza? Ou é tudo uma questão
de tecnologias ainda não desenvolvidas que poderão nos livrar de efeitos
indesejáveis?