domingo, 8 de setembro de 2013

Uma lei moral?

Estamos bem acostumados a falar sobre as leis da natureza. Desvendamos inúmeros mistérios sobre o surgimento da vida e sobre a evolução do universo, mas eu diria que estamos ainda nos primeiros degraus da escada do conhecimento humano. Me pego, constantemente, pensando no mundo e ensaiando como seria a vida humana em 50, 200 ou milhares de anos. Até onde iria o nosso conhecimento? Temos limite para isso? Qual seria o nosso conceito de natureza?
Acho essas questões um tanto quanto intrigantes, pois já existem grandes cientistas e pensadores que atribuem significados diferentes para a palavra natureza. Na verdade, o conceito de natureza muda o tempo todo. Desde os pré-socráticos até hoje, o significado de natureza incorporou incontáveis novos tópicos, portanto, não creio que este seja o momento de conhecer a natureza ainda, mas defini-la, até porque a abrangência do termo natureza está diretamente relacionada com a quantidade e qualidade do nosso conhecimento.

Do site: http://ultralafa.files.wordpress.com

A definição de natureza não será uma decisão rápida, claro. Como tudo na ciência, o acordo sobre este tópico levará anos de novas descobertas, mas eu arriscaria dizer que natureza é tudo aquilo que é espontâneo, ou seja, sem a intervenção da inteligência humana. Essa definição é útil para o que pretendo falar e está de acordo com alguns dicionários, portanto, usarei dessa maneira por enquanto.
Vamos então à pergunta de interesse do dia: Existe uma lei de moral na natureza, ou é tudo exclusivamente criação do homem?
Para muitos, a resposta é intuitiva: é óbvio que é criação do homem, é um acordo social!
Mas não me refiro simplesmente às leis e códigos de ética que escrevemos, sugiro algo além; muito além do senso comum. Cientificamente, algo pode ser dito sobre o assunto?
Já abordei esse tópico inúmeras vezes em fóruns e debates e, não poucas vezes, fui ridicularizado. Mas, para ser bem sincero, isso pouco me incomoda. De tudo, o que me deixa triste – e não é por mim –, é o fato de as pessoas responderem as coisas instintivamente e não pararem para pensar nos grandes significados que os menores pensamentos podem nos trazer. Vejo, então, um mundo cada dia mais óbvio e monótono da fé em qualquer coisa.
Falar em lei moral da natureza é um tanto complexo, então vou direcionar um pouco o assunto com outra pergunta.

A natureza impõe a moral ao homem?

Do site: http://isacheriii.blogspot.com

Nada pode ser dito com muita certeza, mas é de filosofia que vive a humanidade e a real ciência.
Para pensarmos sobre o assunto precisamos entender o que os atos morais e imorais podem acarretar para nós e para o mundo (ou universo). Sem definir o que são atos morais, para evitar maiores complexidades, pretendo analisar alguns pontos e deixar a conclusão a critério da evolução humana.
Nossos atos – pensamentos, ações físicas e todas as coisas produzidas por nós – geram reações. A terceira lei de Newton já dizia isso, porém, não tão amplamente. Pode parecer tudo uma questão de viagem e filosofia ilógic, mas, na verdade, todos os nossos atos – partindo do princípio materialista – são causas de efeitos materiais. Ora, sendo esses efeitos pequenos ou grandes são também causas de outras coisas que acontecem na natureza, como, por exemplo, o simples ato de respirar que transforma gás oxigênio em gás carbônico que, por sua vez, é reagente da respiração das plantas, que transformam gás carbônico em gás oxigênio...
Seguindo essa linha e dando um pulinho na física e na neurologia veremos que nossos pensamentos são dissipadores e produtores de energia e toda energia dissipada (ou inserida em um sistema) produz seus efeitos. É assim que a dissipação da energia elétrica num resistor gera calor que pode ser usado como entrada em outro sistema (chuveiro elétrico).
Do site: http://www2.elektro.com.br

Agora, puxemos dados psicológicos extraídos de estudos com assassinos e soldados de guerra e veremos que o quadro é bem pesado. Os estudos mostraram que a cada dia, essas pessoas sofrem efeitos psicológicos gravíssimos decorrentes de suas ações no passado. Mas, sendo as ações materiais, o que teria produzido tais efeitos? Simplesmente o pensamento? Como esse efeito pode se alastrar se uma ação é localizada no tempo e no espaço?

Bruce Lipton e outros geneticistas descobriram em laboratório que a principal função do nosso DNA é a troca (absorção, emissão e reflexão) de ondas eletromagnéticas com o ambiente à sua volta. Seria isso então uma prisão onde nossos maus atos podem produzir efeitos ruins ao nosso próprio corpo e à nossa personalidade? Isso sem contar os excessos (alimentação e ingestão de substâncias tóxicas) que claramente matam nosso corpo aos poucos. Então qual será a conclusão em alguns anos? A moral pode ser um produto das leis da natureza? Ou é tudo uma questão de tecnologias ainda não desenvolvidas que poderão nos livrar de efeitos indesejáveis?