segunda-feira, 25 de março de 2013

Big bang, um efeito


Existe muito blá blá blá nas redes sociais e nas reuniões de amigos quando o assunto é a criação do universo. Uns dizem que foi Deus, outros o big bang, apenas; alguns ainda preferem a ideia de que o Deus produziu o big bang; enfim, sabemos que a mais aceita e coerente é a teoria da grande explosão. Pra qualquer dúvida a cerca do assunto, tem um post sobre isso aqui no blog. Hoje não vou falar sobre a expansão, mas explicar como e porque ela teria ocorrido. Afinal, não basta falar que o big bang fez todo o trabalho sem saber como isso aconteceu, visto que todo efeito deve ter uma causa.
Com os avanços da física moderna, inúmeras hipóteses foram apresentadas. Não só a relatividade, como a mecânica quântica deduziram soluções para a questão, mas todas incompletas ou inconsistentes matematicamente. Mas o desenvolvimento da humanidade parece ser uma lei natural e, quando tudo parece perdido, a teoria de cordas aparece para consolar e ao mesmo tempo inquietar as mentes dos físicos e dos matemáticos mais fabulosos do planeta.
Vou tentar apresentar, de forma sucinta, as explicações para o big bang. É muito difícil resumir um assunto tão filosófico, mas vale a tentativa.
Nada; do site http://pistasdemimmesmo.blogspot.com

A teoria do nada
Era tudo repleto de absolutamente nada. Escuro, frio e ausente de energia e espaço. É, talvez, a parte mais difícil de ser compreendida e aceita logicamente. Como pode não existir espaço? Conseguimos entender a ausência de calor, de matéria e de energia, mas espaço é complicado. De qualquer forma, a relatividade nos mostrou que o espaço é propriedade do nosso universo, logo: se não existe universo, não existe espaço.
Essa forma de analisar o big bang é muito mais consistente com a existência de um único universo, logo, é assim que vou trata-la.
Em O Grande Projeto – livro de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow – no último capítulo é feito um leve ativismo a favor do ateísmo, onde afirmam que “não há espaço para Deus na criação do universo”. Mesmo o livro sendo bem didático e explicativo, o assunto é de certa complexidade, sendo assim, muitos não entendem a conclusão do livro e simplesmente desconsideram as informações ali apresentadas ou repetem sem realmente compreendê-las. Sinto necessidade de tentar explicar de maneira mais simples.

Stephen Hawking (esquerda) e Leonard Mlodinow (direita); do site http://www.its.caltech.edu

Há certos requisitos para que se comprove a conclusão de Hawking e Mlodinow. Vale também ressaltar que não são conclusões baseadas em cálculos matemáticos ou observações científicas e sim deduções filosóficas que seguem uma linearidade. Os requisitos mais importantes são os seguintes: a teoria de cordas deve estar errada em pelo menos alguns aspectos; e deve-se comprovar que ausência de energia é a mesma coisa que equilíbrio de energia.
A existência de mais de quatro dimensões ainda abre um grande leque de possibilidades, o que não pode confirmar a teoria, mas também não refuta. Já a relação entre ausência e equilíbrio de energia é um pouco mais complexa. No mesmo livro é mostrado que os mais recentes dados astronômicos apontam para um balanço perfeito de energia, ou seja, as quantidades de energia positiva e negativa são iguais. Filosoficamente, Mlodinow e Hawking deduzem que, como a soma de energias tem resultado nulo e matéria e energia são relacionadas via relatividade, o universo pode ter surgido do nada.

Branas gravitando em um espaço de mais dimensões; do site http://fisicasemeducacao.blogspot.com

A teoria das branas
Segundo a teoria de cordas, os espaços universais podem se formar em branas – grandes tecidos de quadridimensionais que nadam em um espaço maior com número de dimensões que varia entre 10 e 26 – sendo cada cálculo consistente com um desses valores. As branas são cordas que passam por um processo de superinflação por causa de grande absorção de energia. Essas cordas, por sua resistência, geram a tal energia negativa, o que está de acordo com os dados astronômicos. Ainda há a possibilidade de duas branas produzirem um big bang ao se chocarem, o que anula completamente a teoria do nada e requer explicação para as branas anteriores ao evento.
A teoria das branas é pouco conclusiva e de difícil observação, afinal, deriva da teoria de cordas que ainda está em formação e trabalha com escalas muito pequenas. Mas porque a teoria de cordas faz tanto sucesso se é pouco conclusiva e muito complexa? Simples, meus caros, ela prevê resultados de sistemas quânticos relativísticos com precisão – o que ainda é o grande desafio da física moderna. É essa teoria que explica como funciona o entrelaçamento quântico e, naturalmente, a telepatia e o tele transporte da informação. Vale salientar que o entrelaçamento (não localidade) – nova área de pesquisas científicas – é o maior apoio que as filosofias deístas têm hoje. Muitos avanços científicos evidenciam um comportamento não local em muitas áreas da física. São esses comportamentos que permitem, mas não comprovam a existência da espiritualidade e, consequentemente, de Deus.

Amit Goswami, PhD em física nuclear e ativista espiritual; do site http://conscienciastj.files.wordpress.com


O que parece mais lógico
A teoria do nada vem perdendo adeptos nos últimos anos. Não por ter uma filosofia falha, mas por ser tão incompleta e vaga quanto eram as teorias deístas mais antigas. Antigamente, tudo que não tinha explicação era atribuído à obra de Deus; hoje, tudo que não tem explicação é atribuído ao caos (aleatoriedade) e ao nada. Essa teoria, apesar de precisar de poucas comprovações, peca ao dizer que o equilíbrio de energia indica que o universo pode ter surgido do nada. É como dizer que qualquer sistema energeticamente equilibrado pode gerar energia infinita aleatoriamente. Sendo uma atribuição à aleatoriedade, deveríamos ver universos sendo criados constantemente, mas não é o que acontece. Ainda assim, enquanto não tivermos tecnologia suficiente para fazer os devidos experimentos, nada pode ser concluído.
Já a teoria das branas – tanto a versão ateísta quanto a deísta – aparenta ser mais consistente por prever resultados com bastante previsão e explicar logicamente fatos até então desconhecidos. Outra coisa a ser considerada é que, se realmente existe uma verdade universal – que parece realmente existir, visto que a ciência tem comportamento convergente – a teoria das branas deve estar correta, pois os novos fatos antes não explicados fazem parte dessa verdade.

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