Existe
muito blá blá blá nas redes sociais e nas reuniões de amigos quando o assunto é a criação do universo. Uns dizem que foi Deus, outros o big bang, apenas; alguns
ainda preferem a ideia de que o Deus produziu o big bang; enfim, sabemos que a mais aceita e
coerente é a teoria da grande explosão. Pra qualquer dúvida a cerca do
assunto, tem um post sobre isso aqui no blog. Hoje não vou falar sobre a expansão,
mas explicar como e porque ela teria ocorrido. Afinal, não basta falar que o
big bang fez todo o trabalho sem saber como isso aconteceu, visto que todo
efeito deve ter uma causa.
Com
os avanços da física moderna, inúmeras hipóteses foram apresentadas. Não só a
relatividade, como a mecânica quântica deduziram soluções para a questão, mas
todas incompletas ou inconsistentes matematicamente. Mas o desenvolvimento da
humanidade parece ser uma lei natural e, quando tudo parece perdido, a teoria
de cordas aparece para consolar e ao mesmo tempo inquietar as mentes dos físicos e dos
matemáticos mais fabulosos do planeta.
Vou
tentar apresentar, de forma sucinta, as explicações para o big bang. É muito difícil resumir um assunto tão filosófico, mas
vale a tentativa.
Nada; do site http://pistasdemimmesmo.blogspot.com |
A teoria do nada
Era
tudo repleto de absolutamente nada. Escuro, frio e ausente de energia e espaço.
É, talvez, a parte mais difícil de ser compreendida e aceita logicamente. Como
pode não existir espaço? Conseguimos entender a ausência de calor, de matéria e
de energia, mas espaço é complicado. De qualquer forma, a relatividade nos
mostrou que o espaço é propriedade do nosso universo, logo: se não existe
universo, não existe espaço.
Essa
forma de analisar o big bang é muito mais consistente com a existência de um
único universo, logo, é assim que vou trata-la.
Em O Grande Projeto – livro de Stephen
Hawking e Leonard Mlodinow – no último capítulo é feito um leve ativismo a
favor do ateísmo, onde afirmam que “não há espaço para Deus na criação do
universo”. Mesmo o livro sendo bem didático e explicativo, o assunto é de certa
complexidade, sendo assim, muitos não entendem a conclusão do livro e
simplesmente desconsideram as informações ali apresentadas ou repetem sem realmente
compreendê-las. Sinto necessidade de tentar explicar de maneira mais simples.
Stephen Hawking (esquerda) e Leonard Mlodinow (direita); do site http://www.its.caltech.edu |
Há
certos requisitos para que se comprove a conclusão de Hawking e Mlodinow. Vale
também ressaltar que não são conclusões baseadas em cálculos matemáticos ou
observações científicas e sim deduções filosóficas que seguem uma linearidade.
Os requisitos mais importantes são os seguintes: a teoria de cordas deve estar errada em pelo menos alguns aspectos; e
deve-se comprovar que ausência de energia
é a mesma coisa que equilíbrio de energia.
A existência
de mais de quatro dimensões ainda abre um grande leque de possibilidades, o que
não pode confirmar a teoria, mas também não refuta. Já a relação entre ausência
e equilíbrio de energia é um pouco mais complexa. No mesmo livro é mostrado que
os mais recentes dados astronômicos apontam para um balanço perfeito de
energia, ou seja, as quantidades de energia positiva e negativa são iguais.
Filosoficamente, Mlodinow e Hawking deduzem que, como a soma de energias tem
resultado nulo e matéria e energia são relacionadas via relatividade, o
universo pode ter surgido do nada.
Branas gravitando em um espaço de mais dimensões; do site http://fisicasemeducacao.blogspot.com |
A teoria das branas
Segundo
a teoria de cordas, os espaços universais podem se formar em branas – grandes tecidos
de quadridimensionais que nadam em um espaço maior com número de dimensões que
varia entre 10 e 26 – sendo cada cálculo consistente com um desses valores. As
branas são cordas que passam por um processo de superinflação por causa de
grande absorção de energia. Essas cordas, por sua resistência, geram a tal energia negativa, o que está de acordo
com os dados astronômicos. Ainda há a possibilidade de duas branas produzirem um big bang ao se chocarem, o que anula completamente a teoria do nada e requer explicação para as branas anteriores ao evento.
A
teoria das branas é pouco conclusiva e de difícil observação, afinal, deriva da
teoria de cordas que ainda está em formação e trabalha com escalas muito
pequenas. Mas porque a teoria de cordas faz tanto sucesso se é pouco conclusiva
e muito complexa? Simples, meus caros, ela prevê resultados de sistemas
quânticos relativísticos com precisão – o que ainda é o grande desafio da
física moderna. É essa teoria que explica como funciona o entrelaçamento
quântico e, naturalmente, a telepatia e o tele transporte da informação. Vale
salientar que o entrelaçamento (não localidade) – nova área de pesquisas
científicas – é o maior apoio que as filosofias deístas têm hoje. Muitos
avanços científicos evidenciam um comportamento não local em muitas áreas da
física. São esses comportamentos que permitem, mas não comprovam a existência da
espiritualidade e, consequentemente, de Deus.
Amit Goswami, PhD em física nuclear e ativista espiritual; do site http://conscienciastj.files.wordpress.com |
O que parece mais lógico
A
teoria do nada vem perdendo adeptos nos últimos anos. Não por ter uma filosofia
falha, mas por ser tão incompleta e vaga quanto eram as teorias deístas mais
antigas. Antigamente, tudo que não tinha explicação era atribuído à obra de
Deus; hoje, tudo que não tem explicação é atribuído ao caos (aleatoriedade) e ao nada.
Essa teoria, apesar de precisar de poucas comprovações, peca ao dizer que o equilíbrio
de energia indica que o universo pode ter surgido do nada. É como dizer que
qualquer sistema energeticamente equilibrado pode gerar energia infinita
aleatoriamente. Sendo uma atribuição à aleatoriedade, deveríamos ver universos
sendo criados constantemente, mas não é o que acontece. Ainda assim, enquanto
não tivermos tecnologia suficiente para fazer os devidos experimentos, nada
pode ser concluído.
Já a
teoria das branas – tanto a versão ateísta quanto a deísta – aparenta ser mais
consistente por prever resultados com bastante previsão e explicar logicamente
fatos até então desconhecidos. Outra coisa a ser considerada é que, se
realmente existe uma verdade universal – que parece realmente existir, visto
que a ciência tem comportamento convergente – a teoria das branas deve estar
correta, pois os novos fatos antes não explicados fazem parte dessa verdade.
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