A pergunta parece realmente boba. Como
seria ilusão se nós sentimos e interagimos com ele? Afinal, nascemos, crescemos
e morremos, dando continuidade às gerações. Mas, quando falamos de partículas
subatômicas, o questionamento já é mais comum e tem teorias bem coerentes.
No mundo subatômico, as coisas
acontecem de maneiras estranhas ao senso comum. Quando descemos a essa escala,
partículas podem estar em muitos lugares ao mesmo tempo; eventos podem ocorrer
como efeito de outros que ainda não aconteceram; partículas podem se
influenciar instantaneamente mesmo que estejam muito distantes e não troquem
portadores de informação ou energia; enfim, fatos que não são observados no
nosso cotidiano.
Persistência Memória - Salvador Dalí |
Quando Einstein publicou a
relatividade geral, admitiu não saber explicar nem entender o significado
físico e filosófico da unificação da matéria com o espaço e o tempo. Mas, desde essa
época, cientistas vêm debatendo seu sentido.
Para muitos, o tempo é real, tem
começo e fim e a nossa impressão vem da interpretação do cérebro. Outros já
preferem a ideia de que nós criamos, ao longo da vida em sociedade (milhares de
anos), a sensação temporal, mas é tudo ilusão e ele não existe.
Física e matematicamente, constatamos
as incoerências do tempo. Ele age como se tivesse vida própria, o que nos leva
a pensar que pode ser uma propriedade da matéria, assim como massa e tamanho.
Se levarmos para esse lado, tudo fica mais complexo... E interessante.
Sendo o tempo propriedade de cada
indivíduo, temos o tempo coletivo (relógios) e o tempo individual. Ou seja,
temos a incrível capacidade de alterar os efeitos do tempo (?). Bom, meditação já
é objeto de estudo científico. Não há nada muito conclusivo, mas de profundas implicações filosóficas.
Andrew Newberg observou, em um de seus
experimentos, que a meditação profunda desativa as áreas cerebrais que te dão
noção de tempo e espaço. Estaria a meditação afetando o tempo de
verdade? Ou só a nossa percepção muda? Afinal, o que é o tempo: realidade ou
pura ilusão?