quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Tempo: realidade ou ilusão?



A pergunta parece realmente boba. Como seria ilusão se nós sentimos e interagimos com ele? Afinal, nascemos, crescemos e morremos, dando continuidade às gerações. Mas, quando falamos de partículas subatômicas, o questionamento já é mais comum e tem teorias bem coerentes.
No mundo subatômico, as coisas acontecem de maneiras estranhas ao senso comum. Quando descemos a essa escala, partículas podem estar em muitos lugares ao mesmo tempo; eventos podem ocorrer como efeito de outros que ainda não aconteceram; partículas podem se influenciar instantaneamente mesmo que estejam muito distantes e não troquem portadores de informação ou energia; enfim, fatos que não são observados no nosso cotidiano.

Persistência Memória - Salvador Dalí

 Quando Einstein publicou a relatividade geral, admitiu não saber explicar nem entender o significado físico e filosófico da unificação da matéria com o espaço e o tempo. Mas, desde essa época, cientistas vêm debatendo seu sentido.
Para muitos, o tempo é real, tem começo e fim e a nossa impressão vem da interpretação do cérebro. Outros já preferem a ideia de que nós criamos, ao longo da vida em sociedade (milhares de anos), a sensação temporal, mas é tudo ilusão e ele não existe.


 Física e matematicamente, constatamos as incoerências do tempo. Ele age como se tivesse vida própria, o que nos leva a pensar que pode ser uma propriedade da matéria, assim como massa e tamanho. Se levarmos para esse lado, tudo fica mais complexo... E interessante.
Sendo o tempo propriedade de cada indivíduo, temos o tempo coletivo (relógios) e o tempo individual. Ou seja, temos a incrível capacidade de alterar os efeitos do tempo (?). Bom, meditação já é objeto de estudo científico. Não há nada muito conclusivo, mas de profundas implicações filosóficas.
Andrew Newberg observou, em um de seus experimentos, que a meditação profunda desativa as áreas cerebrais que te dão noção de tempo e espaço. Estaria a meditação afetando o tempo de verdade? Ou só a nossa percepção muda? Afinal, o que é o tempo: realidade ou pura ilusão?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Deus não joga dados


Albert Eintein

Talvez seja a frase mais conhecida de Einstein, mas poucos sabem o que ele quis dizer com isso. É provável que ele mesmo não tenha entendido. Por que eu digo isso? Bom, vamos nos situar no tempo.
Por volta de 1900, ele, Albert Einstein, desvendou o mistério do efeito fotoelétrico, o que culminou na mecânica quântica (claro, foi apenas uma das observações que nos levou à tal ciência). A física quântica é a ciência das probabilidades. Sua principal característica é a função de onda, que admite inúmeras posições simultâneas para uma mesma partícula em um determinado nível de Energia. Quântica vem de quanta ou quantum. Significa quantidades fixas, pacotes, ou seja, partículas e níveis bem determinados de energia.
Einstein não tinha nada contra a física, afinal, era um físico. Mas ele se incomodava com o rumo que as ciências estavam tomando. Deixou isso claro em muitas frases, com destaque para duas: “Sua matemática está certa, mas sua física é abominável” (a Georges Lamaître); e “Deus não joga dados”.
A primeira foi sua reação sobre a teoria do Big Bang, mas, seis anos depois, reconheceu: “É a explicação mais bela e satisfatória da criação que já ouvi”. A segunda foi quando se sentiu horrorizado ao ver que a física se dirigia para o caminho do caos.
Albert Einstein sempre fez questão de deixar claro que simpatizava com a ideia de criador e criação do universo. Para ele, o caos seria o fim dessa ideia. Infelizmente Einstein não viveu tempo suficiente para ver que, na verdade, o observador tem capacidade de quebrar o acaso. Como assim?
O caos que ele tanto temia derivava da função de onda, mas estudos de algumas décadas atrás mostraram que nós, seres humanos, podemos colapsar a função de onda apenas pelo fato de existirmos. O chamado observador é qualquer ser que interage com o universo. A ideia ainda é primitiva, mas se levarmos esta ao campo da consciência, tudo muda. Por que lugares não observados temporariamente não mudam a disposição das partículas? Seria por que no caos tudo interage independente de observação ou porque há algo não material observando o tempo todo?



Quando Einstein publicou a relatividade geral, adicionou que tinha esperanças de as pessoas terem capacidade intelectual para entendê-la no futuro, pois nem ele mesmo sabia explicar o significado físico da unificação de espaço, tempo e gravidade.
Albert Einstein também nunca gostou da caricatura de Deus que o mostrava como um senhor de barbas brancas controlando tudo no universo. Para ele, Deus havia criado a perfeita combinação de leis que permitia a livre evolução do universo. Já a forma que Deus tem nunca foi objeto de suas filosofias.