sexta-feira, 22 de março de 2013

A falta de lógica do aborto


Sinto necessidade de falar hoje sobre um assunto polêmico, mas aparentemente óbvio pra quem é coerente com suas crenças e opiniões. Antes, é valido reforçar que graças à diversidade, certos tópicos estão sendo muito discutidos e precisam, com urgência, atingir níveis mais informativos de debate. Urgência, porque opinião não é fato (insisto nessa frase) e já está na hora dos grandes manipuladores terem suas máscaras retiradas.
Abro o jornal Destak Recife e me deparo com a seguinte manchete: “Médicos apoiam aborto até a 12ª semana de gravidez”. Não há palavras no dicionário da nossa língua que me permitam expressar minha indignação com relação a esse absurdo. “Por que absurdo? E se o feto tiver problemas mentais ou físicos? E se eu fui estuprada? Sou obrigada a lembrar do fato pra sempre? O corpo é meu, então eu tenho direito de abortar, né?” A resposta a todas essas questões será dada em forma de opinião e com uma imensa dose de lógica e coerência para que não haja contraventores que falam e não dizem nada.

Imagem do site: http://raffafer.files.wordpress.com

Falar sobre aborto é sempre complicado. As pessoas são movidas pelo orgulho. Somos constantemente influenciados pelos moldes corporais perfeitos e pela vida familiar maravilhosa apresentada nos seriados. Infelizmente (ou felizmente, para os otimistas) a vida não é assim. Existem problemas e diferenças. O corpo do ser humano não é tão ditado pelos genes como creem alguns biólogos e há inúmeros estudos que mostram que os genes não são causa, mas reflexo de algo ainda não totalmente desvendado. Então, as belas imagens físicas que nos vendem, simplesmente, não são gerais. E qual a relação disso com o aborto? Bom, o primeiro tópico que pretendo discutir é o do orgulho tolo de casais que querem ter suas vidas sexuais fantasiosas sem ter que tirar a bundinha do sofá e ir se exercitar.
Exatamente! Pra quem não sabe, há pessoas que defendem o aborto pelo direito de ter um corpinho conservado até quando quiserem; ao mesmo tempo, querem fazer sexo sem as devidas proteções. Minha máxima indignação é com esse pensamento minúsculo que não acompanhou a saída do corpo do útero da mãe e continuou preso a ideais infantis. Naturalmente, não há argumentos contra algo que não é argumento. Tudo que posso dizer é que o orgulho que mata a capacidade mental dessas pessoas não pode matar uma vida em formação.
Se o seu médico diagnosticar que seu filho terá problemas mentais ou físicos e isso pra você for uma razão pra abortar, eu te encaixaria no grupo anterior. Mas, como sei que a situação é um pouco mais complicada, demanda muita competência e, infelizmente, uma boa condição financeira nesse país de todos, prefiro falar em soluções que mantenham a integridade da raça humana. Por exemplo, os programas de apoio a crianças com deficiência, que já existem, deveriam receber maior investimento. Já as escolas precisam, com urgência, incluir esses assuntos na educação diária. Pessoas com qualquer tipo de deficiência não precisam de preconceito, precisam de apoio, afinal, elas tem uma dificuldade e a nossa obrigação social é ajuda-las a alcançar seus objetivos.

Imagem do site http://boasnoticias.clix.pt

Se você foi estuprada, olhe pra dentro e pergunte à sua consciência e à sua memória: “Eu vou esquecer que fui estuprada só porque o meu filho não nasceu?”. Creio que não fará a menor diferença. E não precisa ter medo de ter um filho igual ao “pai” – se é que podemos chama-lo disso – afinal, como foi dito acima, os genes são produto de algo e não a causa. O funcionamento dos genes nas células se dá através da membrana plasmática. Cada gene é ativado ou desativado se a membrana quiser. Mas sobre a origem dessa autoconsciência da membrana pouco se sabe. O que podemos afirmar sobre o funcionamento da membrana e dos genes é que derivam de inúmeras interações complexas de proteínas e moléculas externas e também de comunicação via ondas eletromagnéticas provenientes do ambiente em que a célula (consequentemente, o ser vivo) está inserida.

Bruce Lipton, autor de vários estudos sobre genes e comportamento. Imagem do site psych-kconstelacao.blogspot.com

Se você não tem condições de criar uma criança, há inúmeros casais esperando para adotar e amar crianças. Não querer que o seu sangue seja criado por outro sangue já é preconceito e orgulho estampado, o que, logicamente, não merece uma resposta bem elaborada.
Apesar de estupro ser uma situação mais delicada, devemos ser rudes conosco e ver que é tudo uma questão de orgulho, afinal, inúmeras mulheres casadas são estupradas diariamente por seus maridos. Não me refiro às que apanham ou mantém relações para satisfazer o estuprador. Refiro-me àquelas que contribuem com o estupro e banalizam a sexualidade antes, durante e após o casamento. Se deixarmos o orgulho de lado, veremos também que não tentamos nos livrar de inúmeros empecilhos da vida que são produto da socialização erroneamente aplicada, ou seja, da falta de respeito e educação dos cidadãos. Afinal, isso é ser social. Abortar um filho por ser filho de um estuprador ou por falta de condições não é um ato racional ou lógico. Se fosse, inúmeros cidadãos que mudaram pra melhor o pensamento e a condição social da humanidade não teriam existido. Quantos filhos de carpinteiros, carroceiros e pedreiros se tornam médicos e advogados? Os genes não determinam o seu futuro, eles apenas te limitam em algumas habilidades, mas o seu destino é você quem faz.
Claro que a melhor parte ficou para o final. Feministas e ateus. Quando o assunto é aborto, esses grupos se aproveitam do orgulho do ser humano para incentivas suas vontades mesquinhas. As feministas de antigamente devem se envergonhar de ver que hoje, o movimento não busca igualdade, mas hegemonia das mulheres, ou seja, visa mais e mais preconceito. Já os ateus, ganharam um post todo pra eles, afinal, os antigos também devem se envergonhar de pessoas mal informadas defendendo grandes ideais com ideias ultrapassadas.

Protestos após a desapropriação em Pinheirinho. Imagem do site http://redeextremosul.files.wordpress.com

A maioria das feministas (justiça seja feita, nada pode ser generalizado) prega a liberdade de a mulher cuidar do próprio corpo e um dos requisitos dessa liberdade é ter o direito de abortar. Mais uma vez, o discurso deve se repetir. O orgulho sempre anda a frente dos interesses da sociedade e foi isso que trouxe a nós enfermidades sociais tão graves. A liberdade de fazer o que se quer com o corpo não é mais individual quando se tem algo de duas pessoas dentro dele. Não só o pai como o próprio feto deveria ser ouvido. Claro que falar em ouvir o feto é um absurdo, mas é a dedução mais lógica que se pode tirar dessa situação. O útero é a casa do feto. Da mesma forma que achamos absurdas as desapropriações que estão sendo feitas atualmente, tenho certeza que acharemos isso sobre o aborto no futuro. Se o bebê pudesse falar, com certeza ele diria: “Mas, mamãe, eu não tenho pra onde ir!”. Imaginar isso é de cortar o coração, por mais absurdo que pareça.
Já os ateus – ou melhor, os neoateus – que são o meu público preferido, amam o argumento de alguns médicos de que a vida só começa com três meses (doze semanas). Bom, antes de contra argumentar devo lembrar que não é uma questão definida. Há muitos (muitos mesmo) biólogos que dizem que a vida começa com o material genético, ou seja, com a fecundação. Nada mais precisaria ser dito, mas gostaria de tosar excesso de estupidez desde já, então, vou apresentar mais tópicos a se pensar.
Quando a discussão sobre aborto se prolonga, é natural que apareçam argumentos religiosos e, consequentemente, fala-se em Deus. O embate religioso parece ser o que estraga e desvirtua o assunto, mas, em minha opinião, é a parte mais necessária. Todos os debates significantes para a humanidade devem atingir todas as crenças. O universo tem uma só verdade e – seja ela qual for – a opinião social deve estar de acordo com ela.

"Não podemos solucionar nossos problemas com o mesmo pensamento que usamos quando os criamos - Albert Einstein". Imagem do site http://t2.gstatic.com

Se você é um ser religioso, provavelmente é contra o aborto, visto que a maioria das religiões condena tal ato. Caso você seja a favor do aborto mesmo sendo de uma religião que o condena, você não é uma pessoa coerente, visto que não leva suas crenças para a sua vida e qualquer religião é, acima de tudo, uma filosofia de vida.
Se você é ateu e gosta do argumento de a vida começar apenas a partir de um tempo de desenvolvimento, tenho uma pergunta: “Como pode você crer na matéria, e nada mais que a matéria (a não ser o nada gerou energia infinita aleatoriamente e criou o universo) e dizer que a vida começa a partir de três meses?”. Vamos filosofar um pouco sobre isso? Então vamos falar sobre a vida. O que é a vida para um ateu?
Partindo do princípio que cremos na matéria, e somente na matéria, a vida só pode ser reflexo da matéria. Sendo a vida produto da matéria, a matéria que se desenvolve (e em algum momento resulta num ser feito de matéria que tem suas próprias opiniões e filosofias puramente materiais) já é vida. Repetindo inúmeras vezes a palavra matéria fica mais fácil perceber que matéria e vida são a mesma coisa (para os materialistas). A ciência ainda chama o ser vivo de matéria animada. Ou seja, os ateus que acreditam na matéria e creem que a ciência defende suas opiniões estão negando o que a própria biologia chama de vida. Incoerente, talvez. Esse parágrafo já responde materialmente a questão da anencefalia e, portanto, dispensa comentário a cerca do assunto.
Logicamente, esse texto é carregado de opiniões individuais próprias, mas reparem que usei opiniões que são defendidas pela lógica aceita socialmente. Toda a opinião (ou crença) que a lógica cartesiana assegura não pode ser tida como ridícula ou absurdamente ilógica, afinal, nada lógico é ilógico, certo? Então peço aos seres e ativistas abortistas que repensem sua lógica. É importante que todos os seres revisem e recriem suas teorias com frequência, afinal, todos estão sujeitos a mudanças de opinião. Devemos sempre procurar manter a coerência naquilo que acreditamos. Se não encontrarmos essa linearidade, devemos ser fortes e abandonar essa corrente. O aborto é totalmente ilógico, qualquer que seja a situação e qualquer que seja a crença. Para que o aborto pareça minimamente aceitável, deve-se criar uma corrente filosófica que de suporte a ele, mas como qualquer corrente filosófica deve seguir uma coerência desde a sua base, receio que isso nunca acontecerá.

Imagem do site http://www.netmundi.org

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