Sinto
necessidade de falar hoje sobre um assunto polêmico, mas aparentemente óbvio
pra quem é coerente com suas crenças e opiniões. Antes, é valido reforçar que
graças à diversidade, certos tópicos estão sendo muito discutidos e precisam,
com urgência, atingir níveis mais informativos de debate. Urgência, porque opinião não é fato (insisto nessa frase) e já está na hora dos grandes
manipuladores terem suas máscaras retiradas.
Abro
o jornal Destak Recife e me deparo
com a seguinte manchete: “Médicos apoiam aborto até a 12ª semana de gravidez”. Não
há palavras no dicionário da nossa língua que me permitam expressar minha
indignação com relação a esse absurdo. “Por que absurdo? E se o feto tiver
problemas mentais ou físicos? E se eu fui estuprada? Sou obrigada a lembrar do
fato pra sempre? O corpo é meu, então eu tenho direito de abortar, né?” A
resposta a todas essas questões será dada em forma de opinião e com uma imensa dose de lógica e coerência para que não
haja contraventores que falam e não dizem nada.
Imagem do site: http://raffafer.files.wordpress.com |
Falar
sobre aborto é sempre complicado. As pessoas são movidas pelo orgulho. Somos
constantemente influenciados pelos moldes corporais perfeitos e pela vida
familiar maravilhosa apresentada nos seriados. Infelizmente (ou felizmente,
para os otimistas) a vida não é assim. Existem problemas e diferenças. O corpo
do ser humano não é tão ditado pelos genes como creem alguns biólogos e há inúmeros estudos que mostram que os
genes não são causa, mas reflexo de algo ainda não totalmente desvendado.
Então, as belas imagens físicas que nos vendem, simplesmente, não são gerais. E
qual a relação disso com o aborto? Bom, o primeiro tópico que pretendo discutir
é o do orgulho tolo de casais que querem ter suas vidas sexuais fantasiosas sem
ter que tirar a bundinha do sofá e ir se exercitar.
Exatamente!
Pra quem não sabe, há pessoas que defendem o aborto pelo direito de ter um corpinho conservado até quando quiserem; ao mesmo
tempo, querem fazer sexo sem as devidas proteções. Minha máxima indignação é
com esse pensamento minúsculo que não acompanhou a saída do corpo do útero da
mãe e continuou preso a ideais infantis. Naturalmente, não há argumentos contra
algo que não é argumento. Tudo que
posso dizer é que o orgulho que mata a capacidade mental dessas pessoas não
pode matar uma vida em formação.
Se o
seu médico diagnosticar que seu filho terá problemas mentais ou físicos e isso
pra você for uma razão pra abortar, eu te encaixaria no grupo anterior. Mas,
como sei que a situação é um pouco mais complicada, demanda muita competência
e, infelizmente, uma boa condição financeira nesse país de todos, prefiro falar em soluções que mantenham a integridade da
raça humana. Por exemplo, os programas de apoio a crianças com deficiência, que
já existem, deveriam receber maior investimento. Já as escolas precisam, com urgência,
incluir esses assuntos na educação diária.
Pessoas com qualquer tipo de deficiência não precisam de preconceito, precisam
de apoio, afinal, elas tem uma dificuldade e a nossa obrigação social é ajuda-las
a alcançar seus objetivos.
Imagem do site http://boasnoticias.clix.pt |
Se
você foi estuprada, olhe pra dentro e pergunte à sua consciência e à sua
memória: “Eu vou esquecer que fui estuprada só porque o meu filho não nasceu?”.
Creio que não fará a menor diferença. E não precisa ter medo de ter um filho
igual ao “pai” – se é que podemos chama-lo disso – afinal, como foi dito acima,
os genes são produto de algo e não a causa. O funcionamento dos genes nas células
se dá através da membrana plasmática. Cada gene é ativado ou desativado se a
membrana quiser. Mas sobre a origem dessa autoconsciência da membrana pouco se
sabe. O que podemos afirmar sobre o funcionamento da membrana e dos genes é que
derivam de inúmeras interações complexas de proteínas e moléculas externas e
também de comunicação via ondas eletromagnéticas provenientes do ambiente em que a célula (consequentemente,
o ser vivo) está inserida.
Bruce Lipton, autor de vários estudos sobre genes e comportamento. Imagem do site psych-kconstelacao.blogspot.com |
Se
você não tem condições de criar uma criança, há inúmeros casais esperando para
adotar e amar crianças. Não querer que o seu sangue seja criado por outro
sangue já é preconceito e orgulho estampado, o que, logicamente, não merece uma
resposta bem elaborada.
Apesar
de estupro ser uma situação mais delicada, devemos ser rudes conosco e ver que
é tudo uma questão de orgulho, afinal, inúmeras mulheres casadas são estupradas
diariamente por seus maridos. Não me refiro às que apanham ou mantém relações
para satisfazer o estuprador. Refiro-me
àquelas que contribuem com o estupro e banalizam a sexualidade antes, durante e
após o casamento. Se deixarmos o orgulho de lado, veremos também que não
tentamos nos livrar de inúmeros empecilhos da vida que são produto da socialização
erroneamente aplicada, ou seja, da falta de respeito e educação dos cidadãos.
Afinal, isso é ser social. Abortar um filho por ser filho de um estuprador ou
por falta de condições não é um ato racional ou lógico. Se fosse, inúmeros
cidadãos que mudaram pra melhor o pensamento e a condição social da humanidade
não teriam existido. Quantos filhos de carpinteiros, carroceiros e pedreiros se
tornam médicos e advogados? Os genes não determinam o seu futuro, eles apenas
te limitam em algumas habilidades, mas o seu destino é você quem faz.
Claro
que a melhor parte ficou para o final. Feministas e ateus. Quando o assunto é
aborto, esses grupos se aproveitam do orgulho do ser humano para incentivas
suas vontades mesquinhas. As feministas de antigamente devem se envergonhar de
ver que hoje, o movimento não busca igualdade, mas hegemonia das mulheres, ou
seja, visa mais e mais preconceito. Já os ateus, ganharam um post todo pra
eles, afinal, os antigos também devem se envergonhar de pessoas mal informadas
defendendo grandes ideais com ideias ultrapassadas.
Protestos após a desapropriação em Pinheirinho. Imagem do site http://redeextremosul.files.wordpress.com |
A
maioria das feministas (justiça seja feita, nada pode ser generalizado) prega a
liberdade de a mulher cuidar do próprio corpo e um dos requisitos dessa
liberdade é ter o direito de abortar. Mais uma vez, o discurso deve se repetir.
O orgulho sempre anda a frente dos interesses da sociedade e foi isso que
trouxe a nós enfermidades sociais tão graves. A liberdade de fazer o que se
quer com o corpo não é mais individual quando se tem algo de duas pessoas
dentro dele. Não só o pai como o próprio feto deveria ser ouvido. Claro que falar
em ouvir o feto é um absurdo, mas é a dedução mais lógica que se pode tirar dessa
situação. O útero é a casa do feto. Da mesma forma que achamos absurdas as
desapropriações que estão sendo feitas atualmente, tenho certeza que acharemos
isso sobre o aborto no futuro. Se o bebê pudesse falar, com certeza ele diria: “Mas,
mamãe, eu não tenho pra onde ir!”. Imaginar isso é de cortar o coração, por
mais absurdo que pareça.
Já
os ateus – ou melhor, os neoateus –
que são o meu público preferido, amam o argumento de alguns médicos de que a vida só começa com três meses (doze semanas).
Bom, antes de contra argumentar devo lembrar que não é uma questão definida. Há
muitos (muitos mesmo) biólogos que dizem que a vida começa com o material
genético, ou seja, com a fecundação. Nada mais precisaria ser dito, mas
gostaria de tosar excesso de estupidez desde já, então, vou apresentar mais
tópicos a se pensar.
Quando
a discussão sobre aborto se prolonga, é natural que apareçam argumentos
religiosos e, consequentemente, fala-se em Deus. O embate religioso parece ser
o que estraga e desvirtua o assunto, mas, em minha opinião, é a parte mais
necessária. Todos os debates significantes para a humanidade devem atingir
todas as crenças. O universo tem uma só verdade e – seja ela qual for – a
opinião social deve estar de acordo com ela.
"Não podemos solucionar nossos problemas com o mesmo pensamento que usamos quando os criamos - Albert Einstein". Imagem do site http://t2.gstatic.com |
Se
você é um ser religioso, provavelmente é contra o aborto, visto que a maioria
das religiões condena tal ato. Caso você seja a favor do aborto mesmo sendo de
uma religião que o condena, você não é uma pessoa coerente, visto que não leva
suas crenças para a sua vida e qualquer religião é, acima de tudo, uma
filosofia de vida.
Se
você é ateu e gosta do argumento de a vida começar apenas a partir de um tempo
de desenvolvimento, tenho uma pergunta: “Como pode você crer na matéria, e nada
mais que a matéria (a não ser o nada gerou energia infinita aleatoriamente e
criou o universo) e dizer que a vida começa a partir de três meses?”. Vamos
filosofar um pouco sobre isso? Então vamos falar sobre a vida. O que é a vida
para um ateu?
Partindo
do princípio que cremos na matéria, e
somente na matéria, a vida só pode
ser reflexo da matéria. Sendo a vida
produto da matéria, a matéria que se desenvolve (e em algum
momento resulta num ser feito de matéria
que tem suas próprias opiniões e filosofias puramente materiais) já é vida. Repetindo inúmeras vezes a palavra matéria fica mais fácil perceber que matéria e vida são a mesma coisa (para os materialistas).
A ciência ainda chama o ser vivo de matéria
animada. Ou seja, os ateus que acreditam na matéria e creem que a
ciência defende suas opiniões estão negando o que a própria biologia chama de
vida. Incoerente, talvez. Esse parágrafo já responde materialmente a questão da anencefalia e, portanto, dispensa
comentário a cerca do assunto.
Logicamente,
esse texto é carregado de opiniões individuais próprias, mas reparem que usei
opiniões que são defendidas pela lógica aceita socialmente. Toda a opinião (ou
crença) que a lógica cartesiana assegura não pode ser tida como ridícula ou
absurdamente ilógica, afinal, nada lógico é ilógico, certo? Então peço aos
seres e ativistas abortistas que repensem
sua lógica. É importante que todos os seres revisem e recriem suas teorias com
frequência, afinal, todos estão sujeitos a mudanças de opinião. Devemos sempre
procurar manter a coerência naquilo que acreditamos. Se não encontrarmos essa
linearidade, devemos ser fortes e abandonar essa corrente. O aborto é
totalmente ilógico, qualquer que seja a situação e qualquer que seja a crença.
Para que o aborto pareça minimamente aceitável, deve-se criar uma corrente filosófica
que de suporte a ele, mas como qualquer corrente filosófica deve seguir uma coerência
desde a sua base, receio que isso nunca acontecerá.
Imagem do site http://www.netmundi.org |
Nenhum comentário:
Postar um comentário