Creio que muitos
conheçam, mas poucos entendam a teoria evolucionista de Darwin. Não me refiro
aos cientistas, claro, mas aos leigos e curiosos. Digo isso porque vejo muitas
pessoas criticando o fato de termos nascido de um macaco quando, na verdade,
não é isso que a teoria nos diz... Sério? Sim, é sério.
Darwin dizia que as
características dos seres vivos são passadas para as gerações futuras através
dos genes contidos em cada célula. Em seu trabalho, afirmou que todas as
espécies, ao se depararem com as dificuldades em seus caminhos, entravam em
disputas e evoluíam. Mas vale esclarecer que o termo evolução, nesse contexto, não é empregado no sentido de melhorar e sim de transformar aquele ser.
Segundo essa teoria,
o homem não “veio do macaco”, mas tem um ancestral comum. Isso significa que
alguma espécie, há algum tempo, deu origem a homens e macacos. Provavelmente,
tínhamos características ainda muito próximas, mas, com reações distintas ao
longo da vida, o resultado foi visivelmente diferente. Uma forte evidencia da
existência de um ou poucos ancestrais comuns a todos os seres vivos é a
aparência praticamente igual dos diferentes animais imediatamente após a
fecundação.
Imagem retirada do site http://3.bp.blogspot.com |
Quando se fala em
evolução, poucos lembram (ou conhecem) Lamarck. Há uma sutil diferença entre as
suas ideias e as de Darwin. A teoria lamarquiana diz que o ambiente é o
principal fator de influência na evolução das espécies. Para ele, o meio onde
se vive é que determina o desenvolvimento das células e que rumo tomará a
transformação dos seres vivos, gerando as devidas mutações genéticas e
determinando o seu comportamento. Já Darwin dizia que os genes são responsáveis
por todas as mudanças físicas e nossas reações, desde impulsos até emoções e
sentimentos; acreditava que a evolução vinha de dentro das células.
Em 1876, Charles
Darwin mandou uma carta a seu amigo Moritz Wagner dizendo: “Em minha opinião, o maior erro que cometi
foi não dar a devida atenção à ação do ambiente sobre os seres, como no caso
dos alimentos, clima, etc. independentemente do fator seleção natural... Quando
escrevi A origem das espécies, e
mesmo nos anos seguintes, jamais percebi as evidências da ação direta do meio
ambiente; hoje elas são muito claras para mim”. Infelizmente, a maioria dos
cientistas ignorou tal declaração, como era de se imaginar, mas nem todos
abandonaram a ideia.
Vários geneticistas
estudaram a influencia do ambiente nas células – área de estudos chamada de epigenética – e comprovaram essa
gigantesca interação. O biólogo celular Bruce Lipton divulgou seu trabalho no
livro A biologia da crença, onde mostra seus resultados e explica de
que forma os nossos atos e pensamentos estão relacionados com a nossa formação.
Segundo ele, mesmo os céticos sabiam da importância dessa relação, afinal, o
ambiente era cuidadosamente preparado e revisado para qualquer experimento
celular. O que acontece é que sempre ignoraram a capacidade do meio externo de
realizar mutações nas células, mas isso vem sendo comprovado a cada novo
trabalho realizado pelo mundo.
Bruce Lipton (retirada de http://www.arendlandman.nl) |
A relação
desenvolvimento-ambiente não é só uma questão química. Os genes e até mesmo o
DNA tem uma incrível capacidade de trocar informações através de ondas
eletromagnéticas. Basta lembrar que nossas ondas cerebrais geram campos
magnéticos para termos uma leve noção do que acontece. Não temos conhecimento
ainda de uma codificação do pensamento que possa ser detectada ou transmitida
por esses campos, mas não é uma opção excluída pela ciência. Muitos estudos
sobre telepatia vêm sendo feitos na área da física. Acredita-se muito na comunicação não local, que é a troca de
informação instantânea entre dois corpos. A não localidade é uma propriedade
das partículas quânticas, ou seja, ondas eletromagnéticas entram nesse grupo, o
que defende a possibilidade.
Outra situação que
chama muita atenção é a briga entre criacionistas e evolucionistas. Antes de
falar sobre isso, acho interessante lembrar que toda unanimidade é burra (como disse Nelson Rodrigues), mas considero
imprescindível saber diferenciar opinião de fato. Não me parece coerente lutar
pela supervalorização de um grupo de pessoas que acredite que as coisas não caem.
Se eles existem, sinto informar, coisas caem.
As religiões são de
extrema importância para o desenvolvimento moral (e porque não dizer
intelectual?) do cidadão. Mas, não pode ser algo que briga contra coisas que
vemos acontecer todos os dias. Hoje já conseguimos mostrar que os seres vivos
evoluem. O fato de não conseguirmos catalogar todas as espécies não significa
que a teoria deve ser descartada ou que podemos simplesmente ignorá-la. Claro
que tudo nesse mundo está sujeito a erros, e, portanto, antes de aceitarmos
algo, devemos conhecer a fundo. Mas arrisco dizer que a ciência nunca esteve
errada (?). Exatamente! A ciência sempre esteve incompleta, mas pouquíssimas
foram as vezes que tivemos de voltar atrás em teorias que tomamos como verdade.
Imagem retirada do site http://blogdogibanet.files.wordpress.com |
As ciências mais
complexas, como as biológicas e sociais, acabam se enganando ao longo das
pesquisas. Mas o processo para definir algo como fato é tão rigoroso, que é
raro ter que abandoná-las.
Quando assumimos
certas posições, precisamos ter certeza de que aquilo que cremos não foi
refutado ou complementado. No caso das religiões, creio que estas precisem
evoluir junto com a humanidade, afinal, a ciência não consegue nos dizer se
Deus existe ou não e só encontramos essa ligação e a valorização dos planos
superiores nos templos religiosos. Negar a ciência é ir contra tudo que está a
sua volta e permite o seu desenvolvimento intelectual. Negar as religiões, por enquanto, é questão de opinião. Mas,
até quando?
A nova ciência –
chamada por alguns de Kymatica – tem
trabalhado bastante o conceito de espiritualidade. A cada dia que passa mais e
mais trabalhos evidenciam a existência de algo mais, como os experimentos de
Andrew Newberg, que mostraram que médiuns não acionam as áreas cerebrais de
memória e criatividade quando estão psicografando. Ou seja, existe uma grande
probabilidade de que estejam realmente se comunicando com outro plano.
Mesmo que pareça
impossível para alguns, a evolução tem mostrado ser fundamental para sustentar
os conceitos ainda considerados místicos por muitos céticos, assim como as
novas teorias da física. Diante disso, devemos tomar muito cuidado ao negar
algo por acharmos que isso fere nossas crenças. Se algo se mostra verdadeiro,
devemos aceitar. Nada como a honestidade para preservar o planeta.