domingo, 13 de janeiro de 2013

Evolução


Creio que muitos conheçam, mas poucos entendam a teoria evolucionista de Darwin. Não me refiro aos cientistas, claro, mas aos leigos e curiosos. Digo isso porque vejo muitas pessoas criticando o fato de termos nascido de um macaco quando, na verdade, não é isso que a teoria nos diz... Sério? Sim, é sério.
Darwin dizia que as características dos seres vivos são passadas para as gerações futuras através dos genes contidos em cada célula. Em seu trabalho, afirmou que todas as espécies, ao se depararem com as dificuldades em seus caminhos, entravam em disputas e evoluíam. Mas vale esclarecer que o termo evolução, nesse contexto, não é empregado no sentido de melhorar e sim de transformar aquele ser.
Segundo essa teoria, o homem não “veio do macaco”, mas tem um ancestral comum. Isso significa que alguma espécie, há algum tempo, deu origem a homens e macacos. Provavelmente, tínhamos características ainda muito próximas, mas, com reações distintas ao longo da vida, o resultado foi visivelmente diferente. Uma forte evidencia da existência de um ou poucos ancestrais comuns a todos os seres vivos é a aparência praticamente igual dos diferentes animais imediatamente após a fecundação.

Imagem retirada do site http://3.bp.blogspot.com


Quando se fala em evolução, poucos lembram (ou conhecem) Lamarck. Há uma sutil diferença entre as suas ideias e as de Darwin. A teoria lamarquiana diz que o ambiente é o principal fator de influência na evolução das espécies. Para ele, o meio onde se vive é que determina o desenvolvimento das células e que rumo tomará a transformação dos seres vivos, gerando as devidas mutações genéticas e determinando o seu comportamento. Já Darwin dizia que os genes são responsáveis por todas as mudanças físicas e nossas reações, desde impulsos até emoções e sentimentos; acreditava que a evolução vinha de dentro das células.
Em 1876, Charles Darwin mandou uma carta a seu amigo Moritz Wagner dizendo: “Em minha opinião, o maior erro que cometi foi não dar a devida atenção à ação do ambiente sobre os seres, como no caso dos alimentos, clima, etc. independentemente do fator seleção natural... Quando escrevi A origem das espécies, e mesmo nos anos seguintes, jamais percebi as evidências da ação direta do meio ambiente; hoje elas são muito claras para mim”. Infelizmente, a maioria dos cientistas ignorou tal declaração, como era de se imaginar, mas nem todos abandonaram a ideia.
Vários geneticistas estudaram a influencia do ambiente nas células – área de estudos chamada de epigenética – e comprovaram essa gigantesca interação. O biólogo celular Bruce Lipton divulgou seu trabalho no livro A biologia da crença, onde mostra seus resultados e explica de que forma os nossos atos e pensamentos estão relacionados com a nossa formação. Segundo ele, mesmo os céticos sabiam da importância dessa relação, afinal, o ambiente era cuidadosamente preparado e revisado para qualquer experimento celular. O que acontece é que sempre ignoraram a capacidade do meio externo de realizar mutações nas células, mas isso vem sendo comprovado a cada novo trabalho realizado pelo mundo.

Bruce Lipton (retirada de http://www.arendlandman.nl)


A relação desenvolvimento-ambiente não é só uma questão química. Os genes e até mesmo o DNA tem uma incrível capacidade de trocar informações através de ondas eletromagnéticas. Basta lembrar que nossas ondas cerebrais geram campos magnéticos para termos uma leve noção do que acontece. Não temos conhecimento ainda de uma codificação do pensamento que possa ser detectada ou transmitida por esses campos, mas não é uma opção excluída pela ciência. Muitos estudos sobre telepatia vêm sendo feitos na área da física. Acredita-se muito na comunicação não local, que é a troca de informação instantânea entre dois corpos. A não localidade é uma propriedade das partículas quânticas, ou seja, ondas eletromagnéticas entram nesse grupo, o que defende a possibilidade.
Outra situação que chama muita atenção é a briga entre criacionistas e evolucionistas. Antes de falar sobre isso, acho interessante lembrar que toda unanimidade é burra (como disse Nelson Rodrigues), mas considero imprescindível saber diferenciar opinião de fato. Não me parece coerente lutar pela supervalorização de um grupo de pessoas que acredite que as coisas não caem. Se eles existem, sinto informar, coisas caem.
As religiões são de extrema importância para o desenvolvimento moral (e porque não dizer intelectual?) do cidadão. Mas, não pode ser algo que briga contra coisas que vemos acontecer todos os dias. Hoje já conseguimos mostrar que os seres vivos evoluem. O fato de não conseguirmos catalogar todas as espécies não significa que a teoria deve ser descartada ou que podemos simplesmente ignorá-la. Claro que tudo nesse mundo está sujeito a erros, e, portanto, antes de aceitarmos algo, devemos conhecer a fundo. Mas arrisco dizer que a ciência nunca esteve errada (?). Exatamente! A ciência sempre esteve incompleta, mas pouquíssimas foram as vezes que tivemos de voltar atrás em teorias que tomamos como verdade.

Imagem retirada do site http://blogdogibanet.files.wordpress.com


As ciências mais complexas, como as biológicas e sociais, acabam se enganando ao longo das pesquisas. Mas o processo para definir algo como fato é tão rigoroso, que é raro ter que abandoná-las.
Quando assumimos certas posições, precisamos ter certeza de que aquilo que cremos não foi refutado ou complementado. No caso das religiões, creio que estas precisem evoluir junto com a humanidade, afinal, a ciência não consegue nos dizer se Deus existe ou não e só encontramos essa ligação e a valorização dos planos superiores nos templos religiosos. Negar a ciência é ir contra tudo que está a sua volta e permite o seu desenvolvimento intelectual. Negar as religiões, por enquanto, é questão de opinião. Mas, até quando?
A nova ciência – chamada por alguns de Kymatica – tem trabalhado bastante o conceito de espiritualidade. A cada dia que passa mais e mais trabalhos evidenciam a existência de algo mais, como os experimentos de Andrew Newberg, que mostraram que médiuns não acionam as áreas cerebrais de memória e criatividade quando estão psicografando. Ou seja, existe uma grande probabilidade de que estejam realmente se comunicando com outro plano.
Mesmo que pareça impossível para alguns, a evolução tem mostrado ser fundamental para sustentar os conceitos ainda considerados místicos por muitos céticos, assim como as novas teorias da física. Diante disso, devemos tomar muito cuidado ao negar algo por acharmos que isso fere nossas crenças. Se algo se mostra verdadeiro, devemos aceitar. Nada como a honestidade para preservar o planeta.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Glândula Pineal

Ilustração da glândula pineal (http://www.erraticario.com)


No século XVII, René Descartes (filósofo, físico e matemático francês) dizia que a glândula pineal seria o ponto de união entre corpo e alma. Ainda hoje, há muito mistério quanto às suas funções. Sérgio Filipe de Oliveira, médico licenciado pela USP, estuda a glândula pineal. Ele acredita ser uma espécie de fonte de comunicação entre o plano carnal e o espiritual. O órgão interagiria através de ondas eletromagnéticas que se propagam nas outras dimensões postuladas pela teoria de cordas. Ou seja, a glândula pineal pode ser fonte de uma grande quantidade de informação que nós nem imaginamos.
O nosso cérebro é realmente intrigante. Não sabemos o que comanda os impulsos cerebrais, nem como funciona a memória ou qual a forma física da informação contida nela. Sabemos apenas as áreas cerebrais envolvidas nos processos nervosos e como se comunicam. Mas, se pensarmos no argumento espiritual de que a nossa mente é uma conexão com um plano superior e que não somos apenas uma anomalia que responde às interações físicas das partículas, podemos considerar a alma humana como sendo fonte dos pensamentos.

http://3.bp.blogspot.com


Agora, vamos relacionar o nosso cérebro com a relatividade. Estamos na mesma situação com relação às viagens no tempo. Não sabemos se é possível e nem como fazê-las. A dimensão temporal nos parece inalcançável. Conseguimos distorcê-la a altas velocidades e com grande quantidade de energia, mas nunca invertê-la como fazemos com o espaço. Parece que a dimensão temporal só pode ser trafegada por partículas subatômicas e sistemas quânticos ou relativísticos. O mundo subatômico também é intrigante, mas, nesse caso, forma uma leve relação com os processamentos cerebrais.
A comunicação entre as regiões do nosso cérebro são feitas a partir de ondas eletromagnéticas e neurotransmissores. Os neurotransmissores são pequenas moléculas de substâncias químicas, fazem parte do mundo quântico da mesma forma que as ondas de comunicação cerebral. Cada partícula de um sistema quântico tem sua função de onda associada, que determina a sua evolução no tempo e no espaço. Essa evolução depende de uma variável complexa temporal, que faz com que partículas viagem no tempo à vontade, fugindo do senso comum.
Supondo então que toda a nossa energia esteja miniaturizada nesse pequeno órgão do cérebro que é a glândula pineal e lembrando que energia é equivalente a massa, segundo a equação de Einstein (E=mc²), este seria um sistema quântico relativístico, pois estamos falando de muita energia e volumes pequenos. Ou seja, talvez a nossa memória seja a nossa forma de viajar no tempo.
Viajar no tempo, alterar o passado, explorar novas áreas do universo e conhecer a nossa história são estímulos para nós. Mas, talvez, ir para o passado ou para o futuro esteja apenas relacionado com a nossa memória (o que não nos permite mudar o que já aconteceu) e com a intuição. A função de onda seria uma ótima explicação para as previsões do futuro (mero cálculo de probabilidade) e um acesso ao nosso passado (rever uma função de onda que já colapsou).

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sobre viagem no tempo



A maioria das evoluções científicas é impulsionada pelo consumidor. O povo quer, o cientista descobre como fazer e os engenheiros projetam para uso. Alguns desses avanços tecnológicos e científicos – como os computadores e celulares touchscreen – são desejados graças a filmes de ficção científica. Quem assistiu Minority Report, provavelmente, pensou que nunca iria ampliar imagens tocando numa tela de computador. Hoje temos essa tecnologia em dispositivos bem menores do que a tela gigante do filme. Dentre essas tecnologias, existe uma que arranca os cabelos até dos maiores físicos da atualidade por causa da sua complexidade técnica e cognitiva. Será que é possível viajar no tempo?



Imagem retirada do site http://lazytechguys.com




Poucos anos depois de Einstein publicar a teoria da relatividade geral, foi descoberto que o universo estava em expansão e que, portanto, toda a massa e energia estiveram concentradas em um ponto no passado. Ainda não comprovada, mas já aceita graças às suas belas previsões, a teoria do big bang (atualizada para teoria da expansão inflacionária) previa que singularidades poderiam se formar em qualquer ponto do universo. Singularidades são situações onde um corpo adquire uma densidade muito elevada e produz uma curva acentuadíssima no tecido do espaço-tempo - o meio de 4 dimensões (três espaciais e uma temporal) que permeia todo o universo e permite que a força gravitacional se propague – impedindo que qualquer coisa fuja da sua atração. São os chamados buracos negros.



Deformação no espaço-tempo gerada pela alta densidade de matéria. Imagem retirada do site http://veja0.abrilm.com.br




Quando fazemos cálculos com situações extremas, como os buracos negros, notamos que o tempo é uma variável muito importante e complexa. Inúmeros físicos acreditam na possibilidade da viagem no tempo, outros não. Isso seria (teoricamente) possível caso conseguíssemos andar para trás na dimensão temporal. Mas creio que o leitor se lembre do paradoxo abordado no filme De volta para o futuro: Se eu viajar para o passado e matar a minha mãe, eu não deveria continuar vivo, logo não poderia ter ido para o passado, pois nunca teria nascido; o filme não mostra exatamente essa situação, mas algo parecido.
Parece ser realmente impossível viajar no tempo. Mas, filosofando um pouco, imaginemos que o homem possa ir para o passado e ver que alguns mistérios da história do planeta Terra tenham certa relação com essa tecnologia. Como assim? Eu explico.
Muitos já devem ter ouvido as lendas de Atlântida, a civilização perdida. Muitos historiadores dedicam boa parte de seu tempo atrás de evidências da existência dessas terras. Uma lenda criada dizia que a civilização tinha a fonte da juventude, o que levaria pessoas a viverem longos anos, situação não esperada há tanto tempo atrás. Mas, ultimamente, a medicina vem afirmando que as gerações de 2000 em diante já podem viver aproximadamente 150 anos. Agora é só juntar as duas possibilidades. Daqui a 10 ou 20 décadas, qual será a nossa perspectiva de vida?
Imagine que alcancemos a capacidade de viver mais de 200 anos e criemos tecnologia para viajar no tempo. Voltando aproximadamente 12 mil anos, encontraríamos terras virgens no nosso planeta e poderíamos fundar uma sociedade perfeita, com tecnologia de ponta e alta capacidade de desenvolvimento. Essa sociedade é chocante perto das outras que mal desenvolveram suas primeiras formas de comunicação e tem expectativa de vida em torno dos quarenta anos ou menos. As civilizações mais atrasadas não interagem com esses ETs, afinal, o que poderiam conseguir se não possuem veículos para se locomover a grandes distâncias, linguagem para se comunicar e nem armas para atacar?
Eu, particularmente, não acredito na possibilidade de se viajar no tempo, mas há grupos de cientistas trabalhando fortemente em cálculos com esse objetivo. Não sabemos se é possível, mas esse assunto especulativo vem gerando, paralelamente, conhecimentos profundos sobre o universo em que vivemos. É comum, na ciência, encontrarmos respostas para problemas que não estamos pesquisando. Então, o que será que vem por aí?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A Realidade Oculta



Pouca informação nos é dada, hoje, sobre os avanços científicos. As escolas e faculdades de tecnologia abordam a parte mais primitiva da ciência e deixam as novas descobertas para mestres e doutores. Mas, como em toda área há pessoas que pensam no mundo como um organismo, cientistas renomados escrevem livros falando sobre esses avanços e suas implicações. Alguns se arriscam até a opinar sobre alguns temas ainda não concluídos.
Um dos melhores livros que li até agora foi A realidade oculta do físico Brian Greene. O tema principal é o significado da realidade para a física, mas como o assunto ainda está dando seus primeiros passos, a quantidade de possibilidades é absurdamente grande. Com pouca coisa definida sobre a realidade, Greene mostra a opinião de físicos (baseado em suas declarações e publicações) e também seu próprio ponto de vista sobre alguns posicionamentos possíveis.
O que mais me chama atenção é a parte histórica da física que expõe como algumas decisões foram tomadas e como alguns grupos de cientistas e filósofos defenderam suas opiniões. É uma divulgação de extrema importância.
O livro fala das teorias dos múltiplos universos da física. Para quem não tem familiaridade com o assunto, aqui vai um exemplo dentre as inúmeras teorias do multiverso.



Há certo tempo, na física, apareceram ideias de que o nosso universo não é o único existente. Ao observarem dados astronômicos, os cientistas perceberam que há espaço para muitos universos além de nossas fronteiras visíveis. Esses dados incluem as radiações de fundo (micro-ondas de temperatura próxima a 2,7 K) que apresentam uma tendência à expansão infinita do universo. Ora, sendo o universo infinito, as possibilidades passam a se repetir em algum momento. É como jogar um dado e desejar que apareça o número dois. Basta jogar o dado certa quantidade de vezes e a probabilidade de aparecer o que queremos tende a 100%. Mas, discutir a possibilidade de múltiplos universos não é o meu foco.
Em toda a história da ciência nos deparamos com situações onde há mais de uma solução possível para um problema. Quando esses momentos chegam, há discussões quentes no mundo científico. É notável a briga comprada pelos céticos, que muitas vezes se voltam contra os avanços para poderem manter velhos padrões ultrapassados.
A maioria dessas situações acontece quando algum ponto da física tende para um lado menos materialista. É incrível ver a quantidade de vezes que a física chegou perto de estudar a espiritualidade, a telepatia e outros assuntos que são considerados místicos e, geralmente, ignorados pela maioria dos físicos. Em muitos momentos vemos o desespero dos céticos que chegam a desenvolver teorias mirabolantes para distanciar os estudos de alguma força superior à matéria.
Às vezes penso que essas discussões são pouco divulgadas para manter a força de movimentos primitivos como o ateísmo. Nem sempre é o templo religioso o culpado pela desinformação. Muitas vezes, a própria comunidade científica espalha a ignorância pelo mundo.
É importante deixar claro que não estou contrariando a veracidade da ciência, afinal, nada é tomado como verdade se não for devidamente comprovado. Portanto, vale uma crítica aos fantasiosos que também contestam a nova ciência para manter seus velhos princípios. Meu objetivo é divulgar um pouco do que se passa nos meios menos conhecidos para que as discussões filosóficas sejam fortificadas e valorizadas entre todos os cidadãos.
NÃO EXISTE, hoje, uma teoria bem fundamentada sobre a natureza da vida. A física, a química, a biologia e a sociologia colapsam sempre que tentam entrar mais profundamente na individualidade do ser humano. Faltam ideias no mundo científico. Como disse John Hagelin, “não cometam o erro de achar que a comunidade científica é científica”.
Os cientistas não nos levam para caminhos errados, mas, quando ignoram alguns estudos para manter seu ceticismo, atrasam a evolução de todo um conjunto. Todas as teorias ignoradas acabam sendo recuperadas e, em algum momento, tomadas como verdade. Foi assim com Einstein, Schrödinger, Plank, Maxwell, Kepler e muitos outros. Portanto, deixo minha crítica aos desinteressados. Quem não conhece, não pode contestar.